Copa do mundo de 2014, Rio de Janeiro... o Brasil entra em campo no estádio do Maracanã, 64 anos depois da fatídica derrota para o Uruguai. O estádio está lotado, os olhos do mundo voltados para esta partida e eis que entra a seleção brasileira, perfilada e carregando a responsabilidade de corresponder às expectativas da exigente torcida brasileira por mais um título mundial. Mas logo algo chama a atenção: um garoto entra caminhando junto com a seleção, vestindo uma roupa estranha... mais precisamente, uma armadura! O garoto não é uma celebridade, realizador de uma ação notável ou mesmo o ganhador de um sorteio qualquer. É apenas mais um anônimo, até aquele momento. E, sob aplausos do público, ele dá o pontapé inicial. Este feito parece algo sem importância, senão fosse pelo fato do garoto ser
tetraplégico.
O relato acima seria a apresentação ao público do projeto "Walk Again", sonho do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, indicado ao nobel de física e eleito um dos 20 cientistas mais influentes do mundo pela revista "Scientific American". Ele é o autor de uma entre as 10 pesquisas que poderão mudar o mundo nos próximos anos, segundo o MIT - Massachusetts Institute of Technology. "O que ele fez de tão revolucionário, afinal?" vocês devem estar se perguntando... o que ele fez foi mapear o pensamento. Através de experimentos com macacos, que no momento que eram treinados para jogar um determinado jogo, tinham eletrodos conectados a sua cabeça que registravam o padrão de comportamento dos seus pensamentos, que nada mais são do que impulsos elétricos. Feito isto, ele construiu um braço mecânico que se mexeria ao receber remotamente os impulsos elétricos gerados pelo cérebro do macaco, transcodificados por um computador... e funcionou! O neurocientista lançou recentemente o livro "Muito além do nosso eu" pela editora Companhia das Letras.
Vendo a experiência, quase imediatamente me lembrei da cena final do 2° filme da saga Guerra nas Estrelas (O Império Contra ataca), em que o protagonista, ao ter sua mão decepada pelo vilão, coloca uma prótese que no momento que colocada no lugar da mão, se mexe conformes os impulsos do seu dono. Será que a ficção está se tornando realidade?
Veja o vídeo explicativo da experiência do cientista brasileiro:
...E uma entrevista do Dr. Miguel Nicolelis no Programa do Jô.