domingo, 25 de novembro de 2012

A internet e suas vítimas


Não tem pra onde correr... a internet é presença certa no dia a dia das pessoas e a maioria já sabe se virar nela, encontrar as mais variadas coisas e etc, mas ainda assim, como acontece em diversas outras áreas da vida, nem todos sabem se portar dentro da grande rede. E é bem interessante observar como as pessoas se tornam valentes e donas da verdade na frente de uma tela... um belo exemplo disto acontece em parte das notícias publicadas virtualmente, que disponibilizam a opção de serem comentadas pelos seus leitores e é aí que este fenômeno pode ser visto mais claramente. Assim como há aqueles que escrevem palavras de apoio, diferentes pontos de vista e palavras de condenação, há também aqueles que não se contentam em apenas dar suas opiniões... eles querem mesmo é achincalhar quem escreveu! Para estes, foi cunhado o termo "troll".


Troll é aquele fulano que se ocupa em pertubar a paz dos produtores de conteúdo (sejam eles editores, jornalistas, blogueiros, ou etc), criticando aquela vírgula que foi colocada no lugar errado, colocando em dúvida o que foi publicado, colocando em dúvida a capacidade intelectual de quem escreveu, enfim, é aquele cara que não fica satisfeito apenas em não gostar do que o fulano publicou... só vale se tumultuar o meio campo. Em sua homenagem, foi feito um slogan sobre como lidar com eles: "Por favor, não alimente os trolls!"

É claro que todos tem o direito de gostar ou não gostar de algo ou alguém, mas para tudo é preciso bom senso, afinal, o que você "fala" na internet, fica ali gravado por um bom tempo. Experimente colocar seu nome no Google (algo que também já ganhou um termo: googlear)... vai aparecer também por lá os comentários que você já fez sobre alguma notícia, publicação, atualização em redes sociais, e etc. Fazer um comentário (ou seja, publicá-lo na rede) é, obviamente, torná-lo público, algo que as vezes parecemos esquecer. É um mundo novo que ainda estamos aprendendo a lidar. As celebridades, por exemplo, antigamente gozavam de um status de quase semi-deuses, intocáveis pelos seus seguidores... o sonho de todo fã era trocar algumas ideias com seus ídolos. Já hoje, basta adicioná-lo na sua lista de contatos na rede social de sua preferência, e a maioria utiliza as redes sociais. Consequentemente, muitos tem sofrido com isso porque as besteiras que eles também falam na internet, repercutem com muito mais rapidez e a resposta vem na mesma velocidade. A vaia mudou... hoje ela é escrita!

O vídeo de hoje mostra uma entrevista do ícone da MPB Chico Buarque sobre suas impressões sobre o comportamento das pessoas na internet. Nesta entrevista, publicada no próprio site do artista na época, ele comenta sobre sua experiência inicial na internet e a surpresa que foi perceber o quanto ele era xingado na rede pelas pessoas (talvez por aqueles que não simpatizam com ele, com seu trabalho, ou simplesmente, um ataque fortuito de trolls), contrastando com a cordialidade e o carinho que ele já tinha se acostumado a ver no dia a dia. Veja e tire suas conclusões:

Caso não consiga ver o vídeo, clique aqui!

Imagens: Google

quarta-feira, 6 de junho de 2012

A moda do politicamente correto

Se tem uma coisa (chatíssima) que atualmente vem se infestando por todos os setores é essa onda do políticamente correto. Vaza pelas bordas os discursos moralistas. Existem até especialistas em dar sermão, dos quais são publicados periodicamente em vídeos no youtube, onde mostram alguém teatralmente indignado falando sobre os costumes decadentes. É claro que há muitas coisas erradas (como sempre houve), mas espera um pouquinho... o fim do mundo está mais além!

E ninguém está imune... o cantor Chico Buarque, por exemplo, lançou no ano passado o disco "Chico" e logo na primeira música, uma frase de impacto chamou a atenção dos críticos, que despertaram do sono profundo assustados com a frase "(...) é como amar uma mulher sem orifícios (...)". O detalhe é que não prestaram atenção ao contexto da música e a partir daí, o alvo era óbvio: Chico Buarque! Um jornal até colocou sua música num ranking das letras mais infelizes da MPB. Basta ouvir a letra com atenção para perceber que não há a tal "heresia" apontada, apesar das palavras fortes.

Observando situações como estas, é mais do que natural achar que o mundo se tornou um lugar muito complicado de se viver. Fazer uma crítica ou dar uma opinião pessoal, principalmente quando se trata de uma pessoa pública, é quase um risco. Não há mais a visão macro... tudo é visto pelo lado da discriminação, tudo é visto na maldade. Clássicas canções infantis foram mudadas em nome do politicamente correto. Eu fico aqui pensando comigo que já houveram gerações que cresceram ouvindo as mesmas cantigas do jeito "errado" original e nem por isso se tornaram sádicos, que atiravam o pau no gato só para ver o "miau". E quando se trata de uma crítica, então? Criticar (salvo exceções, é claro) é pedir pra ser processado... como se o dinheiro curasse qualquer honra ferida. Nem as piadas (no Brasil, principalmente) tem escapado dessa malha fina, como foi o caso do humorista Rafinha Bastos que fez uma piada infeliz e foi praticamente linchado pela opinião pública.

Exemplos para isto não faltam. No mês passado, o lutador filipino Manny Pacquiao, campeão mundial de boxe, sofreu na pele por conta de uma opinião pessoal, que acabou sendo aumentada e espalhada pelos meios de comunicação e que gerou um turbilhão de reações. O que aconteceu foi que Pacquiao deu uma entrevista, publicada num site, sobre não concordar com o presidente Barack Obama sobre o casamento gay. O site, por sua própria conta, aproveitou a deixa e colocou um trecho da bíblia que condena a união e aí começaram as reações. Os patrocinadores do lutador se irritaram com a opinião, que gerou uma série de protestos nas páginas da empresa e um shopping cancelou um evento publicitário. O lutador voltou à mídia para se explicar, dizendo que apenas não concordava com a união, e não que estava condenando os gays.

Mas enfim, o assunto é muito extenso... para ilustrar o post de hoje, como de costume, segue um vídeo do extinto programa humorístico dos anos 80 "TV Pirata", que mesmo com mais de 20 anos, ainda soa incrivelmente atual. O vídeo trata, com a ironia que era marca do programa, a forma extremamente séria como coisas banais são encaradas no país. Vejam e tirem suas conclusões:



Imagens: Google

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Destino: Lua

Na premiação do Oscar deste ano, um dos filmes que surgiu como o principal favorito para grande parte do público foi "A invenção de Hugo Cabret" de Martin Scorsese, baseado no livro de mesmo nome que conta a história de um garoto órfão que tenta a todo custo consertar um autômato (uma espécie primitiva de robô com mecanismos que imitam movimentos, neste caso específico, de uma pessoa) encontrado por seu pai. Seguindo as anotações dele, o garoto tenta o conserto da máquina, mas nesse meio tempo o livro é tomado pelo dono de uma loja de brinquedos da estação ferroviária local, que misteriosamente vê neste livro algo terrivelmente familiar. O garoto, determinado, começa então sua busca em recuperar o livro das mãos do comerciante. Mas no fim das contas, voltando ao assunto, o prêmio de melhor filme do ano acabou indo mesmo para as mãos do filme "O Artista", que por sinal é outro grande filme.

Mas engana-se quem está pensando que o post de hoje é sobre "A invenção de Hugo Cabret"... não é! Hoje trataremos é de Georges Méliès, diretor francês de cinema do começo do século XX e que serviu como principal inspiração para a trama citada acima. Méliès foi um dos que testemunharam o nascimento do cinema, em 28 de dezembro de 1895, na histórica sessão onde os irmãos Lumiére fizeram a primeira projeção de filme da história, que nada mais era do que a exibição de 10 minúsculos filmes (com menos de 1 minuto cada) mostrando cenas rotineiras. Entre elas, foi exibida "A chegada do trem à estação Ciotat", uma das mais famosas e que causou grande comoção no público. O filme de 50 segundos (postado abaixo) é apenas a filmagem de um trem chegando na estação capturada sob um ângulo em perspectiva, mas para o público que não estava acostumado com a projeção, a filmagem era algo tão magnífica que muitos entraram em pânico achando que o trem fosse literalmente entrar na sala pela tela.

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Georges Méliès é considerado um dos precussores do cinema. Entre suas centenas de filmes, o mais conhecido é "Le voyage dans la lune" (Viagem à lua) de 1902, que foi muito popular em sua época e é considerado o primeiro filme de ficção científica da história, além do primeiro a tratar de seres alienígenas. Neste filme, ele utilizou os inovadores recursos de animação e efeitos especiais, frutos da inventividade do diretor.

"Viagem à Lua", que foi baseado em dois romances populares da época ("Da Terra à Lua" de Julio Verne e "Os Primeiros Homens na Lua" de H. G. Wells), é considerado hoje um clássico essencial para os amantes do cinema. O filme conta a história de um grupo de astrônomos que viajam à Lua numa capsula que é lançada por um enorme canhão (haja mira!). Após encontrarem vida alienígena, conseguem escapar e voltam a salvos para a Terra, que os recebe em festa.

A cena da celebração pelo retorno dos astronautas foi uma cena considerada perdida por décadas, mas em 2002 foi descoberta na França uma cópia completa do filme e, para a surpresa de todos, completamente colorido à mão. Este filme foi restaurado e exibido pela primeira vez em 2003, no Festival de cinema mudo em Pordenone, na Itália.

Apesar de respeitado por diversos cineastas de renome, como Charles Chaplin, Georges Méliès passou por maus bocados na década de 20. Em 1923 teve sua falência decretada e viu o seu querido teatro Robert Houdin ser demolido. Méliès quase caiu no limbo do esquecimento ainda em vida até que, no fim dos anos 20, sua substancial contribuição ao cinema foi devidamente reconhecida pelos franceses e ele foi presenteado com a "Legião de Honra", do qual recebeu um apartamento sem custos onde passou seus últimos anos de vida. Faleceu em 1938 deixando um legado de mais de 550 filmes, nos quais ele financiava, dirigia, fotografava e atuava em quase todos eles.

Veja abaixo "Viagem à Lua" (1902), versão original restaurada e colorida a mão, com trilha sonora do Air.

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Defendendo a cara-metade


Quando se trata da vida do par romântico, qualquer esforço vale a pena, mesmo que o desafio se mostre muito maior que suas próprias forças. O vídeo de hoje, um curta-metragem em animação, começa com a história de um casal de polvos que vivem em cativeiro e que estão apaixonados, com olhos apenas um para o outro... eis que de repente eles são separados, sem qualquer cerimônia, por um cozinheiro que o levará para a panela de um restaurante. A perseverança do polvo que ficou para trás é épica, buscando salvar a vida em risco do seu grande amor, nem que para isso seja preciso percorrer as ruas de uma cidade.

Este filme (Oktapodi) ganhou o Oscar em 2009 como o melhor curta em animação, segundo a descrição do vídeo.
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Imagem: Google imagens

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Pensa rápido!

Você pensa rápido? Certas pessoas, em momentos extremamente críticos ou fora do normal, parecem ter o pensamento girando na velocidade da luz, o que as fazem estar sempre um passo adiante, improvisando com maestria e até mesmo tirando proveito da circunstância. Já pensou se fosse o tempo todo assim? Certamente este sujeito seria alguém que se daria muito bem na vida!

É disso que trata este hilário comercial da cerveja Amstel, que tem como slogan "Agarre o momento". Muito esperto!

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Imagem: Google

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Até onde sua vida é real?

Depois de um curto período de férias (ou talvez o "curto" seja só a impressão de quando passa rápido), vamos colocar o Arte de Quem novamente pra andar. E pra inaugurar 2012, vamos de curta-metragem!

Imagine a seguinte cena: De repente, você acorda assustado(a), num quarto estranho e sem portas, sem qualquer recordação de como você foi parar lá. Você se sente estranho(a)... olha para sua camisa e ela está suja  de sangue. Pouco tempo depois você nota que na sua nuca, incrivelmente, tem uma placa "instalada". Passam-se dias. Diariamente, no mesmo horário, um prato de comida é jogado para você através de uma abertura. Um belo dia, você descobre num compartimento escondido dentro desta cela algo realmente muito interessante, como você jamais pensou que existiria.

Este é mais ou menos o enredo deste interessantíssimo curta metragem (Portal: No Escape) do diretor Dan Trachtenberg, video do post de hoje. Apesar de ser curto (por volta de 9 minutos) e não ter uma fala sequer, o filme definitivamente segura a nossa atenção. Até nos faz lembrar de filmes como "Matrix" e "Show de Truman". Imperdível!

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Imagem: Google Imagens