segunda-feira, 17 de novembro de 2008

- Royal de Luxe - The Sultan's Elephant -

Hoje o nosso assunto é o Royal De Luxe, uma companhia francesa de teatro de marionetes mecânicos, super conhecidos na Europa... mas calma lá! Não são marionetes comuns!!! São marionetes gigantes controlados por dezenas de pessoas, e enquanto é apresentado o espetáculo nas ruas das cidades, um enorme público os acompanha. Fundado em 1979 por Jean Luc Courcoult, a companhia já passou por diversos países, a maioria na Europa. O realismo das expressões e a sincronia dos movimentos são os pontos principais que tornaram esta companhia tão conhecida por lá (e que não consigo entender porque ainda não é por aqui... talvez porque a Globo não descobriu ainda!!).

Um dos seus maiores sucessos é o espetáculo "The Sultan's Elephant", que é o do nosso vídeo de hoje. Envolvendo um aparato móvel gigantesco para controlar o elefante da estória, a menininha (de 11 metros) e outras instalações de arte, o espetáculo foi realizado entre 2005 e 2006 em várias cidades pelo mundo, celebrando o centenário da morte de Júlio Verne, precursor da ficção científica e autor de clássicos da literatura mundial como "20 mil léguas submarinas", "Viagem ao Centro da Terra", "Volta ao Mundo em Oitenta Dias" e "Da Terra à Lua".

The Sultan's Elephant (a quinta estória de uma série) conta a aventura de uma garotinha que viaja no tempo, utilizando seus animais de estimação, como o elefante. E por falar em elefante, a tal companhia parece que tem um espírito meio punk... o tal elefante, que pesava 50 toneladas (equivalente a 7 elefantes africanos) e operado por 22 pessoas, feito de madeira, equipamentos hidráulicos e motores, hoje não existe mais.

Segundo uma funcionária da companhia que produziu a apresentação em Londres em 2006, o pessoal da Royal de Luxe ficou tão de saco cheio com os montes de convites para apresentação pelo mundo, que resolveram um belo dia simplesmente destruir a "máquina elefante". Depois fizeram uma réplica no ano seguinte em Nantes, somente para exibição.

Os marionetes gigantes são incríveis pelo realismo e expressões precisas que nos faz ficar em dúvida algumas vezes, tamanho o capricho do espetáculo. Mas para quem ainda não viu, lá vai o vídeo que dá uma breve amostra (por volta de 5 minutos) do que o espetáculo é. Divirtam-se!




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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

- Comercial Cerveja Bud Light -

Hoje vamos mudar um pouco o tom muitas vezes sério aqui do "Arte de Quem" e partir para o humor, porque é sempre muito bom dar umas risadas e não tem contra-indicações. Na vida da gente sempre acontece situações em que, levados pela empolgação do momento, topamos qualquer parada, mas isso até pensarmos um pouco na situação e na hora H... a coisa muda de figura. São situações normais que acontecem com todos, de uma forma ou de outra. Ou vai dizer que você nunca foi num parque de diversões em que aquele brinquedo que parecia ser demais, de repente se mostrasse uma roubada, dizendo pra você cair fora, tentado a acompanhar a sua coragem que resolveu fugir!? Nessas horas precisamos de uma boa dose de encorajamento, que pode vir das mais variadas fontes.

Isso é muito bem exemplificado neste inspirado comercial da cerveja Bud Light, marca reconhecida principalmente pelo bom humor dos seus comerciais. A Bud Light, que surgiu como uma opção da famosa Budweiser para uma cerveja com baixo teor alcoólico e calórico, é hoje a cerveja mais consumida nos Estados Unidos, superando até a própria Budweiser. Mas aí já é outra história!

Vejam o vídeo:





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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

- A Fonte Inteligente -

Já fazia um tempinho que não colocávamos uma curiosidade das boas por aqui... já falamos de impressoras 3D, celular do futuro, esculturas que andam e um monte de outras coisas que podem ser vistas no arquivo do "Arte de Quem", e quando eu estava começando a achar que seria difícil encontrar algo tão legal como os outros, eis que surge a tal fonte japonesa do Canal City Hakata, em Fukuoka. Tive que pesquisar onde foi feita essa maluquice e me parece (não tenho certeza absoluta) que o tal Canal City é um hotel e pela cara dos adereços que enfeitam o lugar, deve ser um daqueles bem luxuosos.

Mas deixando de enrolação, fontes existem em todo canto, em todos os países (eu acho) e desde a informatização de tudo, nem as fontes escaparam. Algumas fontes, como uma no centro de Salvador, por exemplo, acompanham o ritmo da música ambiente com seus esguichos. Outras são ajudadas por luzes coloridas durante a noite e vão alternando os jatos d'água, mas esta deste post, literalmente, escreve mensagens, faz desenhos e formas, tudo através do controle preciso dos seus esguichos. É impressionante!

Até onde vai a imaginação humana, afinal?





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sexta-feira, 7 de novembro de 2008

- Trailer - A Luta pela Esperança -

Eu não sou muito chegado em ficar colocando vários posts seguidos sobre o mesmo assunto (no caso de hoje, sobre filmes), mas desta vez abro uma exceção porque o momento tem muito a ver com o que vai ser falado e portanto, será mais ou menos um post especial. Hoje vamos falar do filme "A Luta pela Esperança" (Cinderella Man), baseado na vida do lutador de boxe James J. Braddock, que nos anos 30 virou um símbolo de superação americana após a grande depressão e um ídolo do esporte. Ultimamente me lembrei várias vezes desse filme, primeiro por causa de um comentário que fiz no blog da nossa amiga Vanuza sobre favela, depois sobre o atual momento de crise nas bolsas de valores iniciada pela especulação no mercado hipotecário dos Estados Unidos e por fim, com a eleição histórica de um presidente negro para suceder um dos piores presidentes da história estadunidense, que já é tão "homenageado" aqui no nosso blog em diversos momentos. Mas como diria "Jack - o estripador", vamos por partes!

"A Luta pela Esperança", como já dissemos no começo, é um filme que mostra a escalada do pugilista James J. Braddock, que ganhou o apelido de Cinderella Man, fazendo uma analogia com o conto de fadas Cinderela, por conta das duras penas que ele e sua família passaram neste período retratado no filme, superado com muito esforço (literalmente). Eu imagino o que muitos de vocês (que não conhecem o filme) devem estar pensando agora: "Ah!! Mais um filme de boxe, não!!!".

Mas aqui, o boxe trata-se apenas do fio condutor da trama... o grande ponto do filme é mostrar a "grandeza" de Jim Braddock, lutador talentoso e tido como uma grande promessa do boxe no final dos anos 20, que é sensivelmente afetado pela crise da quebra da bolsa em 1929, assim como tantos também foram neste mesmo período, e que foi obrigado a passar por maus bocados sem ter como sustentar dignamente sua família. Depois da quebra da bolsa, Braddock foi vendo sua renda minguar, não conseguia treinar como deveria, não conseguia se alimentar direito por culpa da falta de dinheiro e a sua carreira e vida pessoal foi ao fundo do poço.

O filme mostra muito bem o drama de um lutador que só sabia fazer isso da vida e que por causa desse abalo econômico que assolava o país e o resto do mundo, se viu obrigado a se virar para sustentar a família e mantê-la unida. O protagonista, o ator Russell Crowe, realiza um belíssimo trabalho e se entregou ao papel de tal forma que teve que emagrecer 23 kg, treinando duro sob a supervisão do ex treinador de grandes pugilistas como Muhamad Ali e Sugar Ray Leonard.

As lutas de James Braddock no filme vem durante a transição deste período negro de sua vida pessoal e o diretor (Ron Howard de "Uma Mente Brilhante"), mostra muito bem que Braddock não luta por paixão ao esporte, por fama, por status ou algo do tipo... ele luta para levar comida pra casa, pra não voltar ao sacrifício da miséria, das privações que seriam impostas para sua família e para si. Até conseguir suas lutas neste período, Braddock foi obrigado a trabalhar temporariamente nas docas, sem emprego garantido e obrigado a engolir o orgulho diversas vezes para dar um mínimo de conforto para sua família. O filme é emocionante e quando começamos a achar que teremos coisas óbvias, nos surpreendemos com a forma como a história e o clima criado nos iludem.

Relação com a história

Agora vamos ao ponto, aquele que falei no início, de ter me lembrado tanto deste filme. Outro dia a Vanuza tinha feito um post sobre as favelas do Rio, da exploração econômica do tema, do preconceito, etc, o que me fez lembrar imediatamente da Hooverville (que também é mostrada no filme). Esse apelido vem de um trocadilho com o nome do então presidente dos Estados Unidos, Herbert Hoover, tido como um dos piores presidentes daquele país, que explicarei melhor pra frente.

Herbert Hoover

Em 1930, após a quebra da bolsa, Hoover pediu ao Congresso uma diminuição das tarifas alfandegárias sobre produtos estrangeiros não-perecíveis, lei que tinha sido recém aprovada, e mesmo tendo um abaixo assinado de mil economistas que achavam que o caminho era justamente o inverso, Hoover aprovou a lei acreditando que assim eles conseguiriam reduzir a competição dos produtos estrangeiros, só que os outros países reagiram e tomaram medidas parecidas, o que fez as exportações americanas despencarem. O desemprego chegou a bater na casa dos 25% no país. O ponto que fez com que Hoover se tornasse o grande vilão foi que ele acreditava que o país se recuperaria sem a intervenção econômica do Governo, rejeitando um monte de leis aprovadas, se justificando por achar que o governo teria mais poderes do que o necessário.

Como uma bola de neve, milhões perderam seus empregos, suas fontes de renda e foram obrigadas a morar em favelas, as tais "Hoovervilles" que citamos antes. Pra quem não conhece este lado da história, chega a soar estranho pensar em favelas nos Estados Unidos! É claro que sobrou para os chefes de estado dos principais locais atingidos, que se tornaram os grandes culpados pela crise, por não terem feito o que era preciso (aos olhos do povo). Até que em 1933 o povo respondeu elegendo Franklin Delano Roosevelt para salvar a pátria através do famoso New Deal, uma série de leis que forneciam ajuda social, empregos através de parcerias entre governo, empresas e consumidores, além de reformar o sistema econômico e governamental americano, prevenindo que futuras recessões pudessem ocorrer novamente.

Franklin D. Roosevelt

Aí entram as coincidências... no auge da grande depressão da década de 30 o desemprego foi subindo, passando pelos 9% até bater nos 25%. Hoje, com essa atual crise da bolsa, o desemprego bate a casa dos 6,6% (dados de agora há pouco, pescado no site da Folha de SP), o pior em 14 anos. Hoover que foi considerado o pior presidente americano, tem hoje ameaçando o seu "posto" a feroz concorrência de George W. Bush, que enfiou o país em duas guerras sem fim (Afeganistão e Iraque), sem motivos muitos claros, além de ter o "azar" de estar sentado na poltrona da presidência no momento dessa crise toda, com a recessão batendo na sua porta. Depois de um presidente não lá muito esperto, em 1933 entra Roosevelt pra tirar o time do buraco. Hoje, depois de um presidente não lá muito esperto, entra Barack Obama com promessas de tirar o time do buraco. Depois de tanta coincidência, agora me digam como não lembrar de "A Luta pela Esperança"?

Além deste filme de hoje ser uma bela lição de superação e uma amostra muito real de como era dura a vida nessa época da história, é uma história belíssima também. Vejam a seguir o trailer:


Caso não consiga ver o trailer, clique aqui!





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