terça-feira, 23 de março de 2010

O Narcisismo Nosso do Dia-a-dia

E voltamos com o Arte de Quem. Nesses últimos dias, o Google havia soltado um alerta de suspeita de malware neste blog que acabou atrapalhando o andamento normal dos posts e até ser resolvido o problema, achei melhor esperar. Mas já está tudo resolvido e cá estamos de volta... e vamos ao que interessa!

Na edição desta tarde do “Jornal Hoje”, surgiu uma reportagem comentando que o julgamento de Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni vem atraindo muitos curiosos que tentam acompanhar o andamento do processo. São muitas pessoas protestando, prestando solidariedade à família, enfim... uma multidão que saem de suas casas, faltam em seus empregos, apenas para estar lá, sem qualquer garantia de conseguir entrar para ver o julgamento.

O jornal pega a opinião das pessoas que estão no local e de especialistas, e sugerem que o motivo da mobilização das pessoas em prol de uma menina que eles nem conheciam se deve a comoção pública que o caso desencadeou, mexendo com o emocional das pessoas que externam o seu sentimento de justiça, que de qualquer forma, se identificaram com a dor da mãe da menina supostamente assassinada. No local estavam inúmeras pessoas com cartazes, vestindo camisetas estampadas com mensagens ou fotos de Isabella Nardoni.

A reportagem me fez lembrar de um trecho do filme “Clube da Luta”, em que o personagem Tyler Durden fala do quão decepcionante é para nós descobrir que nunca seremos a celebridade ou o superstar do showbusiness que um dia sonhávamos ser, criticando também o consumismo que nos assola e mal notamos. Num mundo altamente conectado, globalizado e onde todo mundo é bombardeado constantemente por um arsenal da mídia que diz que você pode sim alcançar os seus glamorosos 15 minutos de fama sem ter nenhum super-poder especial na manga, estar ciente de nossa pequeneza dentro de um mundo que prega (e demonstra) o sucesso a qualquer preço é algo perturbador. No nosso mundinho de hoje, cada vez mais pessoas estão mais preocupadas em ser o alvo das atenções do que propriamente, se importar com valores, não importa quais sejam... o narcisismo impera nos dias de hoje. Até mesmo as celebridades atualmente se valem de periódicos falsos escândalos para que assim nunca saiam da boca da mídia.

Vejam este vídeo abaixo, onde um transeunte tem os seus "15 minutos de fama" durante reportagem sobre o caso Nardoni no Jornal Nacional de 22/03/10.


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E outra aparição do mesmo "aparecido", no mesmo local, na edição do dia seguinte do Jornal Nacional (post atualizado em 24/03/10)


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Enquanto isso, na frente do tribunal, é claro que há o protesto por motivos emocionais, por justiça, por identificação e etc, mas podem ter certeza de que mais de 90% estão lá por outros motivos. O caso de Isabella Nardoni foi terrível, é indiscutível, mas assim como aconteceu com a pobre menina, aconteceram também inúmeras outras ocorrências parecidas ou piores do que esta e nem por isso há multidões vestindo camisas com a foto estampada das vítimas. Esta só atraiu a grande quantidade de pessoas por causa da ampla cobertura da mídia. Não quero parecer moralista, afinal, cada um faz o que quer de sua própria vida, mas fica muito claro que muitos dos que estão lá, estão para aparecer. Observando todos estes fatos, estar próximo de um caso destes é quase garantia de aparecer na TV em rede nacional.

Talvez essa necessidade de chamar a atenção sirva como um escudo para a própria insegurança, uma distração para a nossa incerteza ou apenas, um massageador do ego de pessoas que vislumbram como meta ter sua página do orkut ou do facebook mostrando quase mil “seguidores”, apenas pelo status de ser popular.

Para ilustrar o post, vai um vídeo baseado na crítica feita no filme "Clube da Luta".


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Veja também, direto do arquivo "Arte de Quem": O Caso Isabella

Fontes: Jornal Hoje
Crédito das Imagens: Google Imagens

segunda-feira, 1 de março de 2010

...E tem gente desesperada com a pirataria!

Antigamente, o sonho de todo músico ou banda que almejava um lugar ao Sol do show-business era ser descoberto por uma gravadora que iria contratá-los e explorá-los (algo que só descobririam mais tarde), ganhar muito dinheiro, fazer muitos CDs, shows, publicidades, etc. Mas este tempo chegou ao fim, para o desespero de quem acordava de manhã tomando champagne com os lucros da indústria fonográfica.

Em contrapartida a isto, muita coisa boa aconteceu, principalmente para o fã, que por conta da revolução tecnológica da internet, hoje pode ouvir gratuitamente quase qualquer álbum que quiser, pode ter um contato direto com o seu artista preferido, enfim... algo impensável em outros tempos. Mas nem todo mundo pensa assim! Até existem alguns poucos que estão conseguindo sobreviver bem a esta nova realidade, cada um com sua fórmula especial, mas em contrapartida, os que não estão conseguindo se virar bem com isso (ou que sentem saudades dos tempos das vacas gordas), tem aprontado cada uma. O mais comum para os que vêem com maus olhos a democratização do acesso aos seus trabalhos é distribuir processos pra cima e pra baixo, como foi com uma banda famosa de rock (não tenho certeza, mas acho que foi o Aerosmith), que processou um fã por disponibilizar os álbuns da banda gratuitamente, algo inédito até então. Mas recentemente, tem surgido um novo método encontrado por alguns artistas para ganhar dinheiro às custas da tietagem do fã: o infame Safári de Camarim. Não sabe o que é? Vamos explicar melhor...

Quanto você pagaria para conhecer o camarim do seu artista preferido? Pois acredite... tem artista que está cobrando R$ 300, R$ 400, R$ 500 para o fã conhecer o seu camarim!! Este é o Safári de Camarim! Neste vídeo do "Programa Novo" da TV Cultura, segue uma reportagem muito curiosa sobre esta nova saída encontrada por alguns para a crise na indústria musical.




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Mas a novidade sobre a luta entre indústria fonográfica versus pirataria é que ela nunca foi tão incerta. Quem aposta suas fichas na indústria fonográfica, acho melhor repensar pois tem surgido em todos os cantos do mundo partidos políticos defendendo a causa pirata, contra as leis de copyright e patentes e a favor das práticas de compartilhamento. Na Suécia, país que foi berço do primeiro partido pirata, eles conseguiram até eleger um deputado nas eleições para o Parlamento Europeu. Existem também partidos piratas na Argentina, Alemanha, Canadá, Estados Unidos, Bélgica, França, Itália, Peru e até mesmo, um partido pirata do Brasil. Inclusive, existe até um partido pirata internacional! Mas afinal, alguém aí aposta quem leva a melhor nessa guerra?




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PS: Para os interessados no assunto, visitem o blog Música Líquida do cantor Leoni (ex-Kid Abelha e Heróis da Resistência), que trata com muita propriedade sobre "Novas Mídias".


Créditos das imagens: Google Imagens