Na verdade, o Natal deixou de ser minha data preferida já há algum tempo, talvez por conta de simbolismos que não condizem com a realidade. Na verdade, não sei bem o porquê de minha cisma, mas é claro que eu não deixo de respeitar a data e acabo entrando na onda pra não parecer um cara antipático para aqueles que acreditam. De fato, acho que o reveillón é uma data muito mais interessante, mas não vem ao caso agora. Como estamos com o natal batendo a porta e com toda aquela comoção consumista da data propagada pela mídia em todo o canto, achei que seria bem apropriado falar sobre o natal aqui.
Já não é nenhuma novidade que o dia de Natal é a comemoração do nascimento de Jesus de Nazaré, mas aqui pra nós, ele nasceu que dia mesmo? Não! Não é no dia 25 de dezembro. O dia 25 de dezembro foi escolhido pela igreja católica como o melhor dia para o Natal, afim de coincidir a data com os rituais pagãos do solstício de inverno de vários povos e desta forma, acharam uma bela saída para cristianizar a data. Antes disso, a data simbolizava o nascimento do deus persa Mitra e a velha Roma celebrava também nesta data a Saturnália em homenagem ao deus Sol (Saturno), com festividades e a tradicional troca de presentes. Soa familiar? Mas a escolha da data não foi aleatória... como a data era a comemoração na honra do deus Sol, com a mudança a simbologia da data caía como uma luva como o natal sendo o nascimento de Cristo, afinal, o Sol era tido como a morada do Cristo Cósmico.
Existe ainda outro ponto curioso: a bíblia diz que na noite em que Jesus nasceu, haviam pastores cuidando das ovelhas nos campos. Mas o mês judaico correspondente a novembro (na verdade, entre novembro e dezembro) era frio e chuvoso. No mês seguinte, o que encaixa no dia 25 de dezembro, ocorrem as temperaturas mais baixas do ano, com nevadas ocasionais que são confirmadas pelos profetas Esdras e Jeremias, ou seja, é meio improvável que eles estivessem nos campos na noite de 25 de dezembro. Mas o fato que o natal não é o dia verdadeiro do nascimento de Cristo já não é nenhuma novidade também, já há um bom tempo.
Ao longo do tempo alguns outros símbolos foram incorporados, como a figura do Papai Noel, inspirada em São Nicolau, que por sua vez ganhou como presente sua prisão, pelas ordens do imperador romano Dioclécio, que não era muito simpatizante do Cristianismo. Mas como o mundo dá muitas voltas, o imperador seguinte, Constantino, logo em seguida converteu o império romano ao Cristianismo e dessa vez o presente pra São Nicolau foi a liberdade. São Nicolau, que também é santo patrono da Rússia e da Grécia, foi associada ao natal pelas igrejas protestantes na Alemanha devido a sua fama de caridoso com os necessitados e também pelo fato do dia de São Nicolau ser dia 06 de dezembro, dia em que as pessoas trocam presentes. Ou seja, ideal!
A figura moderna do papai Noel por sua vez deve seus créditos a um jornal. Em 1822, Clement C. Moore escreveu o poema "A Visit from St. Nicholas", retratando papai Noel passeando em um trenó puxado por oito pequenas renas, o mesmo modo de transporte utilizado na Escandinávia. O primeiro desenho retratando a figura do bom velhinho como conhecemos nos dias atuais foi feito por Thomas Nast e foi publicado no semanário "Harper's Weekly" no ano de 1866. Alguns dizem também que papai Noel só usa vermelho por causa da Coca Cola, mas na verdade, foi idéia de Thomas Nast. O que a Coca-cola realmente fez foi adotar o vermelho da versão de Nast para fazer uma grande campanha publicitária, o que fez com que a imagem do papai Noel de roupa vermelha fosse difundido pelo mundo afora e desta forma, acabou servindo também para alimentar ainda mais este mito.
Mas deixando todos estes fatos à parte, o que vale mesmo é toda a importância da simbologia da data... e Feliz Natal pra todos!
E como no Arte de Quem tem que rolar um vídeo pra animar a garotada, vai abaixo um comercial da C&A muito engraçado sobre o que aconteceu com a sua cartinha que outro dia foi mandada para o famoso Papai Noel.
Fontes: Wikipédia e A Lenda do Papai Noel
Puxa, um post belíssimo desse e ninguém comenta?
ResponderExcluirO mundo (virtual), definitivamente, não é justo. E disso eu já sei há "long time".
Parabéns, amigo!!!Bjs
O real também...pode crer!
ResponderExcluirNão esquentemos a cabeça, Edu!
Bacana teu post.
ResponderExcluirAlíás blog inteligente , e´assim mesmo sempre nos surpreende.
Saudades de tua arte.
Beijos,
Cris