segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Pontapé inicial revolucionário

Copa do mundo de 2014, Rio de Janeiro... o Brasil entra em campo no estádio do Maracanã, 64 anos depois da fatídica derrota para o Uruguai. O estádio está lotado, os olhos do mundo voltados para esta partida e eis que entra a seleção brasileira, perfilada e carregando a responsabilidade de corresponder às expectativas da exigente torcida brasileira por mais um título mundial. Mas logo algo chama a atenção: um garoto entra caminhando junto com a seleção, vestindo uma roupa estranha... mais precisamente, uma armadura! O garoto não é uma celebridade, realizador de uma ação notável ou mesmo o ganhador de um sorteio qualquer. É apenas mais um anônimo, até aquele momento. E, sob aplausos do público, ele dá o pontapé inicial. Este feito parece algo sem importância, senão fosse pelo fato do garoto ser tetraplégico.

O relato acima seria a apresentação ao público do projeto "Walk Again", sonho do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, indicado ao nobel de física e eleito um dos 20 cientistas mais influentes do mundo pela revista "Scientific American". Ele é o autor de uma entre as 10 pesquisas que poderão mudar o mundo nos próximos anos, segundo o MIT - Massachusetts Institute of Technology. "O que ele fez de tão revolucionário, afinal?" vocês devem estar se perguntando... o que ele fez foi mapear o pensamento. Através de experimentos com macacos, que no momento que eram treinados para jogar um determinado jogo, tinham eletrodos conectados a sua cabeça que registravam o padrão de comportamento dos seus pensamentos, que nada mais são do que impulsos elétricos. Feito isto, ele construiu um braço mecânico que se mexeria ao receber remotamente os impulsos elétricos gerados pelo cérebro do macaco, transcodificados por um computador... e funcionou! O neurocientista lançou recentemente o livro "Muito além do nosso eu" pela editora Companhia das Letras.

Vendo a experiência, quase imediatamente me lembrei da cena final do 2° filme da saga Guerra nas Estrelas (O Império Contra ataca), em que o protagonista, ao ter sua mão decepada pelo vilão, coloca uma prótese que no momento que colocada no lugar da mão, se mexe conformes os impulsos do seu dono. Será que a ficção está se tornando realidade?

Veja o vídeo explicativo da experiência do cientista brasileiro:
Caso não consiga ver o vídeo, clique aqui!

...E uma entrevista do Dr. Miguel Nicolelis no Programa do Jô.
Caso não consiga ver o vídeo, clique aqui!


Para saber mais: Blog do Estadão

3 comentários:

  1. Fantástico!Estupendo!
    "Interfaces cérebro-mente", uma tecnologia desenvolvida por um brasileiro, nos states, lógico, (rsrs) e que vai auxiliar tremendamente os seres humanos privados dos seus movimentos corporais. Aliás, amigo Edu, a Neurociência vem dando longos e firmes passos em várias pesquisas. A pouco, eu li uma sobre longevidade e desenvolvida aqui mesmo, no nosso Brasilzão, nos laboratórios da UFRJ.
    É isso, foi o que eu te falei na vez anterior, eu não sei por que certos grupos de pessoas, religiosas, em geral, teimam em escamotear o inestimável valor das pesquisas e dos progressos científicos. Na minha humilde concepção, Deus está também nisso tudo, já que os talentos humanos lhes foram concedidos por Ele. Uma curiosidade: perdi uma grande amiga virtual e católica, mais ou menos, por causa dessa minha concepção. E olha que a dita senhora só vive fazendo mil tratamentos e cirurgias para poder andar normalmente. Dá para entender???

    Voltando ao genial Wim Wenders. Sabe quem ele curtia na sua juventude? Nada mais, nada menos que o nosso centenário Oscar Niemeyer. Por isso, eu ficava sempre achando que havia "alguma coisa" diferenciada na sua tomada de cenas e ângulos que ele usava em seus filmes, particularmente em Asas do Desejo. Agora, ele anda envolvido nos filmes em 3D, os tais de 3 dimensões onde se usam óculos especiais. Cineasta ou cientista, esse alemão porreta?[risos]
    Olha, essas listas que fazem sobre os melhores filmes e cineastas do mundo são de uma relatividade espantosa. Eu creio que a única certeza é que eles, os idealizadores das mesmas, só não podem deixar de fora o super Cidadão Kane de Orson Welles. No mais, eu já vi lista até falando que Nicolas Cage era o "cara". My God!
    Luc Besson assim como John Cassevets é um cineasta mais independente e os mais conservadores correm às léguas daqueles que inovam e são polêmicos, na visão míope deles, é óbvio.
    Puxa, eu só queria mesmo que o Rodrigo não chegasse tão cansado do trabalho, pois ele poderia criar um bloguinho só sobre cinema de excepcional qualidade, daqueles que marcam mesmo a vida da gente.
    Amigo, paro por aqui...isso já não é mais um comentário, mas um testamento, hahahaha.
    Adoro, adoro mesmo a sua versatilidade e sempre me chame para ler essas novidades, tá?
    Mil beijos!!!

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  2. Respondendo:

    Vanuza: Então, minha amiga! Essa visão medieval de achar que Deus é um punidor de plantão, que a ciência é uma ação desafiadora à Deus, essas coisas, não tem cabimento! É um assunto pra lá de cabeludo... gera anos de discussão!

    Não sabia dessa admiração de Wim Wenders por Niemayer... inclusive, tem um documentário muito bom sobre o arquiteto chamado "A vida é um sopro". Vale a pena ver! Se Rodrigo fizesse um blog, ele estaria na minha lista de favoritos, com certeza!

    Bjão!

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  3. Oi, meu querido amigo!
    Admiração? Ele era fanático pelo nosso genial arquiteto que, dizem (pasme), não ser arquiteto por formação acadêmica e sim, matemático, rs. Enfim, sendo ou não arquiteto, esse homem estupendo não precisa mais provar nada pra ninguém. Wim Wenders é tão vidrado em Brasília que o sonho dourado dele é fazer um filme por lá. Eu tenho aqui uma longa entrevista com ele, foi de lá que retirei esses dados.
    Final de semana já vem chegando, Edu. Obrigada pela sua carinhosa visita e um proveitoso fds!
    Vou lá ver sua arte! A família todaaaa te manda um enorme abraço!!!

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