sexta-feira, 5 de setembro de 2008

- Trailer - Wall-e -

Algumas vezes criamos algumas resistências bestas sobre alguns filmes mesmo antes de vê-los, talvez por um trailer mal explorado, ou um comercial não muito bom, ou uma crítica ruim (ou boa demais), modismos, etc. As razões são infinitas e nós, espécimes desse ser vivo cheio de complicações, obviamente, não somos nada fáceis de se entender. Toda essa conversa de início de post é para exemplificar (ou talvez amenizar) a minha resistência inicial com o filme recém lançado, Wall-e. Talvez tenha ocorrido isto porque se tratava de uma animação muito comentada pela crítica, havia muito confete, o trailer de divulgação que surgiu uns meses atrás não era muito empolgante, etc. “Quem sabe qual foi o motivo?”, é o que eu me pergunto hoje. Mas tudo mudou muito de aspecto quando eu finalmente assisti ao filme. Comecei a assistir totalmente sem expectativas e fui surpreendido.

Wall-e conta a história de um robô de mesmo nome e se passa no ano de 2815. No filme o planeta Terra, 700 anos antes disso, havia sido soterrado pelo lixo dos humanos e não encontrando outra saída, criaram um cruzeiro espacial de luxo (Estação Axiom) onde a humanidade inteira ficaria fora do planeta por 5 anos enquanto um grupo de robôs criados para limpar a terra fariam o seu serviço. Wall-e na verdade significa Waste Allocation Load Lifters – Earth-Class (Elevador de Detritos Classe Terra). Mas a poluição era tanta que nem os robôs suportaram e apenas um exemplar (neste caso, o nosso herói do filme), consegue sobreviver e desde então, ele passa esse tempo todo fazendo o que foi programado para fazer enquanto a humanidade fica confinada ao seu cruzeiro de luxo no espaço.

O lado interessante é que Wall-e junta um bocado de “souvenirs”, que vão de objetos banais do cotidiano humano à peças de reposição própria, tiradas dos outros robôs da mesma espécie que sucumbiram. O grande barato do filme é que o robô demonstra uma sensibilidade fantástica, maior até que a dos próprios humanos que aparecem no filme, criando personalidade própria e consciência, inclusive de respeito pela vida.

O protagonista do filme, inclusive, demonstra sentir sua solidão, principalmente quando encontra um filme no meio do lixo (que se torna o seu favorito). O filme é o musical “Alô, Dolly!” de Gene Kelly. Wall-e mostra com isso, todo o seu interesse pela cultura humana, colecionando e explorando o seu espólio.

Tudo segue o seu curso normal até a chegada de uma nave mandada pelos humanos, que deixa no planeta o robô EVA (Examinadora de Vegetação Alienígena), uma espécie atual de robô que busca por exemplares vivos de vegetação no planeta. Wall-e frente a EVA mais se parece um jipe encontrando um Honda Civic. Ele logo se entusiasma e tenta de toda forma entrar em contato e chamar a atenção da companheira, que de início não dá muita bola pra ele. A felicidade dura pouco até EVA ser chamada de volta para Axiom. E aí o filme segue (não ia ter graça eu contar tudo, né!).
O que faz de Wall-e um filme tocante é o desejo enorme do protagonista de apenas tocar a “mão” de EVA, do fato do robô cuidar dela, etc. Além disso, tem o lado humano da história… na verdade, o lado automatizado dos humanos. Os humanos, por estarem tanto tempo na mordomia de terem tudo feito por robôs, não tem nada pra fazer e estão todos obesos. O próprio contato foi perdido... tudo é automatizado, o que também é uma crítica muito boa por parte do filme, que parece nos dizer mais ou menos que as máquinas estão ficando mais humanas e os humanos, ficando mais como máquinas. Outra coisa muito interessante do filme é que tem poucas falas. Charles Chaplin, quando estava em plena atividade, era muito resistente a aderir ao cinema falado por achar que assim os seus filmes ficariam menos universais, que pessoas de outros países saíriam prejudicadas. É claro que não tinha como Chaplin ficar tanto tempo alheio a isso e ele teve que ceder. Com Wall-e, independente disso, o filme prende a nossa atenção e nos identificamos com muita facilidade com a estória. O robozinho tem tanta expressão que não seria muito exagero dizer que Wall-e é uma espécie de Carlitos computadorizado.

O filme é uma animação da Pixar / Disney, os mesmos criadores de "Toy Story", "Monstros S/A" e "Procurando Nemo" e tem recebido uma crítica muito boa por aí, inclusive estreando em primeiro lugar nos cinemas dos Estados Unidos. Outro ponto importante também é o fato de ser a primeira animação computadorizada com inclusão de pessoas (nas cenas onde os personagens assistem aos vídeos antigos).

Até os créditos finais do filme são legais. Pra quem tiver a oportunidade, veja. Vale a pena! E pra dar água na boca, fica o trailer.


Caso não consiga ver o trailer, clique aqui.

Veja também o Site oficial do filme.






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4 comentários:

  1. Tá aí. Gostei. Vc está a cada dia que passa melhor. Um dia desses me passa a perna. Vc pode ir tranqüilamente apreciar o meu novo post no meu Blog, pois devido a problemas com essa joça desse computador, só fiz a crítica de um filme, mil vezes visto, que merece ser mil vezes visto de novo, e postei poemas. Conto com vc e peço descupas por não dar a público nada seu.
    Um abraço,
    Renata
    wwwrenatacordeiro.blogspot.com

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  2. Grande Malcriado! Me amarro nesses filmes infantis-feitos-para-adultos-também. (rsrsrs) O chato é que aqui não tem cinema e tenho ue esperar um tempão até que saia em DVD - não gosto de baxar filmes, não me pergunte o porquê, eu não saberia explicar... (rsrsrs)
    Agora fiquei ainda mais curioso sobre esse filme - paciência...
    Abração!

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  3. Amigo, estou aqui para dizer que se as coisas não mudarem, terei que fechar o meu Blog. Há muitas pessoas na Blogosfera que não gostam de mim e não poupam esforços para que eu me sinta intimidada e caia fora.
    Dê uma palavra de conforto, amigo,
    Renata
    PS: Vou pôr a mesma mensagem no seu outro Blog.

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  4. Oiiiii...Não resisti e li tua resenha de cabo a rabo (é feio falar assim?rsss). Olha, nessa questão de robôs e vida cibernética, sem falsa modéstia, já li e vi de um tudo e esse aí, se Deus quiser, não quero perder. Mas, convenhamos, "Blade Runner" foi o máximo, né? E nem coloquei-o na minha "listinha" de filmes prediletos, mas não dava mais, senão o esse Pcsinho aqui ia chiar...Olha, amigo, eu não revelo nada, todos temos a nossa Luz e acredito na máxima de que "nada se faz sem esforço e luta".ADOREI!!!

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